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Morre Alexandre Solzhenitsyn

da Folha Online com Reuters e Associated Press

Alexander Solzhenitsyn, o dissidente e escritor laureado com o prêmio Nobel, morreu aos 89 anos, segundo a agência russa de notícias Interfax em informe veiculado neste domingo. A agência informa que Solzhenitsyn teve um ataque do coração e morreu em sua casa em Moscou.
O escritor serviu no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas se tornou um dos mais conhecidos dissidentes durante a era Soviética, enfrentando a perseguição do regime e sendo posteriormente preso e enviado para campos de trabalho forçados. A experiência resultou em alguns dos seus livros mais famosos, como "Um Dia na Vida de Ivan Denisovich" e "Arquipélago Gulag"(foto), sendo premiado com o Nobel de literatura em 1970.
Sergei Karpukhin/AP
Escritor Alexander Solzhenitsyn foi vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1970
Após a publicação de "Gulag", em 1974, uma história monumental sobre o estado policial soviético, ele é exilado e se estabelece nos Estados Unidos, retornando a sua terra natal somente em 1994.
Ele nasceu em 1918, em Kislovodsk, uma pequena cidade na região norte da Rússia, e estudou física e matemática na Universidade Rostov, entrando para as forças armadas após a invasão de Hitler, em 1941.
Em um relato autobiográfico escrito por ocasião do prêmio Nobel, ele conta que desde criança quis se tornar um escritor, mas que as condições financeiras de sua família não permitiram adquirir uma educação literária. Seis meses antes de nascer, seu pai havia morrido no front de guerra alemão, enquanto sua mãe foi uma pobre estenotipista.
"Provavelmente, eu não teria sobrevivido durante oito anos nos campos se eu não tivesse, como matemático, sido transferido para a chamada 'sharashia', onde passei quatro anos. E mais tarde, durante meu exílio, foi me permitido lecionar matemática e física, o que permitiu meu sustento e tornou possível que eu escrevesse", afirma.
Os ocidentais reparam, entretanto, que Soljenitsin era um conservador ortodoxo e defensor acérrimo da cultura eslava, muito duro para com a sociedade de consumo.Em 1994, voltou à Rússia e espantou toda a gente ao aprovar a segunda guerra na Tchetchénia desencadeada por Boris Ieltsin - a primeira foi no século XIX -, pedindo a pena de morte para os independentistas.Aproximando-se a seguir do então Presidente Vladimir Putin(foto abaixo), louvando publicamente as suas qualidades.Soljenitsin atacou ainda os hebreus, ao ponto de o Congresso Judaico Russo o ter acusado de anti-semitismo.

No início deste ano, numa mensagem de apoio a Belgrado após a declaração unilateral de independência por parte de Pristina, Soljenitsin pediu “aos sérvios que ficaram a viver na terra histórica do Kosovo, que fez secessão de forma injusta”, para terem a coragem “de continuar a permanecer perto dos túmulos” dos seu próximos.

A direcção da Igreja Ortodoxa Russa ordenou a realização de serviços religiosos em todos os seus templos "pelo descanso da alma de Alexander Soljenitsin".Segundo a Fundação Soljenitsin, citada pela agência russa Interfax, os restos mortais do escritor estarão, hoje, em câmara ardente, na Academia de Ciências, em Moscovo, realizando-se o funeral amanhã.

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